Extraordinário é um livro infantojuvenil de uma delicadeza e um sabor sem igual, que conta a saga do pequeno August, um garotinho com uma estranha deformidade no rosto e que, depois de anos tendo aulas em casa, aceita o grande desafio de ir para a escola pela primeira vez. Ali, ele terá de provar para os coleguinhas que é um menino como outro qualquer e que sua aparência não diz nada sobre ele.
Foi justamente um livro quase infantil que me trouxe algumas lições importantíssimas sobre a vida e sobre nosso cotidiano. Uma delas, pautada por uma frase, a mesma que compõe nosso título e que diz: “Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo”.
Nós lutamos diariamente, acordamos cedo, enfrentamos o trânsito caótico das grandes cidades, trabalhamos duro… e no dia seguinte, tudo se repete. Tentamos a todo custo transformar nossas vidas, tornando-as melhores por meio do esforço e do suor do trabalho. Tentamos conquistar conforto e pequenas coisas que podem parecer fúteis aos olhos de um observador qualquer, mas que nos trazem um prazer e uma alegria imensos.
Embora a descrição nessas linhas faça com que tudo pareça fácil, na realidade não é. Temos tantas lutas diárias e elas ocupam tanto espaço que fica a pergunta: e o tempo que sobra? Com ele, precisamos descansar, limpar a casa, ficar com a família, passear com o cachorro, e mais, precisamos também dar conta dos trabalhos da faculdade, de um curso que resolvemos fazer.
E, no fim, depois de tantas lutas em uma guerra que pode ser chamada de vida, podemos não ter nenhum reconhecimento. Nem mesmo um “obrigado” ou uma palavra positiva. E é por isso que voltamos à frase que pauta esta crônica: “Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo”.
Sim, porque os aplausos são um prêmio, um reconhecimento de que nós ainda estamos de pé, depois de tudo pelo que passamos, depois de todos os desafios e todas as missões que concluímos.