Com mais de 41% da graduação em cursos EAD no país, a modalidade se torna essencial como inclusão para o ensino superior

Dados mostram o crescimento do Ensino a Distância (EAD) na educação superior no Brasil nos últimos 10 anos. Em 2011, representava 14,7% das matrículas, em 2018, ultrapassou a marca de 2 milhões de alunos e, em 2021, alcançou 3,7 milhões, o que representa mais de 41% dos alunos de graduação em todo o país.

O Censo de Educação Superior 2021 foi divulgado no último mês de novembro pelo Ministério da Educação, através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). 

“É importante observar que grande parte desses números corresponde ao início do ano letivo, anteriores à pandemia e às recomendações de isolamento social. São cursos que nasceram no formato a distância e não sobre aulas que se tornaram online de forma temporária. Isso comprova uma tendência de crescimento da EAD bastante acelerada, irreversível e uma importante ferramenta de inclusão para o ensino superior”, destaca Gustavo Rahmilevitz, CEO e um dos fundadores da Alumia Educacional (www.alumia.online), edtech e startup que atua no segmento de Gestão de Programas Online desde 2017 e que consagrou-se oferecendo um modelo de negócio junto às instituições de ensino superior. 

A análise também é comprovada pelo aumento de quase 120% de municípios brasileiros com matrículas em EAD, quando comparado a 2014, chegando a 2.968 cidades em 2021, por meio de campi das IES ou de polos EAD. 

É importante frisar que essa evolução é observada também nos cursos de graduação tecnológica, que aumentaram, entre 2020 e 2021, 26,1% no número de matrículas na modalidade a distância. Na modalidade presencial, houve uma redução de 17,3%, no mesmo período. Somente em 2021, os alunos de EAD nesta graduação já representam quase 78%. 

Gustavo ressalta que, no que se refere a distribuição de matrícula em cursos de graduação tecnológicos, o Censo aponta que 89,5% dos alunos frequentam a rede privada e desses 85,5% estão em cursos a distância. E destaca outro ponto interessante no levantamento sobre as Instituições de Ensino Superior (IES): “Com mais de 150 mil alunos na rede pública, as IES estaduais contam com mais de 50% das matrículas. Na rede pública, a maioria dos alunos estuda em cursos presenciais”, explica. “Este cenário merece um ponto de atenção pois, no futuro, pode representar um retrocesso no trabalho de inclusão no ensino superior gratuito por meio de políticas públicas”, conclui. De 313 entidades públicas, 109 oferecem cursos EAD, enquanto que nas 2.261 privadas, 450 oferecem essa possibilidade aos alunos. 

Isso se confirma quando observamos os dados de alunos ingressantes de cursos de graduação, por rede e modalidade de ensino. Na rede pública, 91,4% ainda são presenciais, enquanto apenas 8,6% são EAD. Já na rede privada esse número é de 70,5% na modalidade EAD, enquanto que 29,5% são presenciais.

“A EAD tem como principais contribuições para o ensino superior seu custo-benefício, sua flexibilidade e acessibilidade. Ou seja, uma porta de entrada para quem encontra barreiras no ensino presencial, como baixo poder aquisitivo, necessidade de conciliar estudo com o trabalho e a vida fora dos grandes centros urbanos. Quando a universidade pública não oferece essa alternativa a um estudante, ela começa a se posicionar novamente como um espaço de acesso aos privilegiados”, reforça Gustavo.