LD DigitalLD DigitalLD Digital
  • Quem somos
  • Notícias
    Notícias
    Os últimos acontecimentos para você ficar atualizado
    Mais
    Notícias
    Como o ChatGPT pode impactar no aprendizado escolar
    9 de março de 2023
    Como a autocrítica sabota os estudos
    3 de novembro de 2022
    Ensino Superior: 5 tendências do processo de aprendizagem
    20 de outubro de 2022
    Últimas notícias
    O que são futuros regenerativos e como trabalhar o conceito no contexto da educação brasileira?
    14 de janeiro de 2025
    Pátios, canteiros e quintais: que moda é essa?
    18 de setembro de 2024
    Educação e seus desafios para uma reestruturação real e necessária para a contemporaneidade
    18 de setembro de 2024
    A criança e a leitura
    18 de setembro de 2024
  • Revista Linha Direta
  • Sinepe em Ação
    Sinepe em AçãoMais
    Educação em Pauta – Edição 123
    12 de dezembro de 2022
    O papel da escola para o desenvolvimento integral da criança e do adolescente
    7 de setembro de 2022
    Em tempo de crise, estratégias para prevenir e gerir a inadimplência educacional
    7 de setembro de 2022
    Dados da educação brasileira apontam (mais uma vez) desafio nacional para o futuro da sociedade
    7 de setembro de 2022
    Sinepe/ES integra o projeto #SerEleitor
    7 de setembro de 2022
  • Contato
Lendo: O empoderamento de mulheres com deficiência começa na escola
Aa
Aa
LD DigitalLD Digital
Search
  • Quem somos
  • Notícias
  • Revista Linha Direta
  • Sinepe em Ação
  • Contato
Siga-nos
Educação

O empoderamento de mulheres com deficiência começa na escola

By Maria Dolores 7 min de leitura
Compartilhe

Trago aqui um breve relato de minha simples história: a vida esculpida com resiliência, coragem, alegria e amor. A história de uma menina com deficiência que se fez professora.

Sou a quarta filha de uma família de migrantes nordestinos que próximo a meados da década de 1970 foi para São Paulo em busca de melhores condições de vida. Meu pai foi desde agricultor à servente de pedreiro, até metalúrgico. Fazia o que podia para sustentar os quatro filhos, pagar aluguel e demais despesas. Em nossa casa, quando havia para refeição sardinhas em lata era um banquete!

Minha mãe, humilde cultural e financeiramente, costurava, lavava roupas e fazia outras atividades para colaborar com meu pai na renda de casa. Ainda, cuidava de mim, com problemas de saúde e deficiência física, e de meus irmãos pequenos.

Passei a maior parte de minha infância hospitalizada. Com quase três anos de idade, um ano após nossa ida para São Paulo, tive hepatite. Três meses depois, surgiram sintomas como dores articulares e dificuldades para me movimentar. Aos seis anos, fui diagnosticada com Artrite Reumatoide Infanto-Juvenil.

Inclusão na escola

Não foi fácil encontrar escola, pois, na época, as escolas não aceitavam a matrícula de pessoas com deficiência, sequer havia base legal de amparo. Também, eu ficava muito tempo internada, tinha dificuldades para caminhar e não possuía cadeira de rodas.

Foi tanta insistência que, enfim, uma diretora aceitou meu ingresso. Ingressei na escola aos nove anos e ir à escola, mesmo com inúmeras dificuldades, era uma felicidade enorme.

O espaço era um barracão de madeira e tinha 30 degraus. Eu os subia e os descia de joelhos, sentada ou carregada por minha mãe.

Seis meses depois, mudamos para um prédio novo que, apesar de distante da minha casa, não tinha degraus. Faltava muito às aulas, pois precisava fazer fisioterapia.

Às vezes, eu não tinha como ir até a escola, pois não havia dinheiro para pagar o transporte. Tinha apenas uma cadeira de madeira com rodinhas de rolimã feita pelo meu vizinho. Em virtude das impossibilidades, estudei sozinha diversas vezes, sem professor ou auxílio de alguém. O que me auxiliava muito nos estudos e ajudou a despertar meu desejo de voar alto foi o habito de meu pai que, mesmo com pouco dinheiro, sempre comprava livros quando alguém lhe oferecia.

Início da jornada pedagógica

Quando cursava a 7a série e podia ir à aula, eu precisava ir duas ou três horas mais cedo para pegar carona com um vizinho. Durante esse tempo, eu permanecia na biblioteca da escola, ajudando algumas crianças a fazerem suas lições de casa ou a estudarem.

Mais tarde, minha vizinha pediu para que eu desse aulas para sua filha. Assim, fui me aperfeiçoando e trabalhei como professora de educação infantil, na alfabetização de adultos, no reforço escolar e como orientadora. Aprendi ensinando, ensinei aprendendo e continuo fazendo isso até hoje.

Sou professora, mestre e doutora em Educação, além de professora e coordenadora de um programada de pós-graduação em uma universidade pública. Leciono, ministro cursos de extensão, escrevo artigos, livros e oriento estudantes no mestrado e doutorado. Até o momento, publiquei 6 livros e outros 15 em parceria.

Pertencimento social

Ao mesmo tempo em que escola é a primeira porta para a liberdade, ela também é o lugar onde se encontra as primeiras barreiras, uma vez que as unidades escolares nem sempre possuem acessibilidade arquitetônica, curricular, pedagógica, sensorial ou atitudinal. Chegar e permanecer na escola é a primeira das grandes batalhas para pessoas com deficiência.

Pensando nisso, falar sobre empoderamento e a ascensão social da mulher com deficiência é motivar e possibilitar a outras mulheres que novas oportunidades ocorram. Que o navegar por novos mares seja possível na vida dessas pessoas. Promover acessibilidade e atitudes coerentes e não capacitistas é um anseio e uma luta contínua.

Na sociedade, nas famílias e até mesmo no ambiente de ensino, muitas atitudes precisam ser ressignificadas. Para isso, se faz necessário o compartilhamento de informações, as formações continuadas e um diálogo franco, aberto e despido de preconceitos. Esses passos possibilitam que as mulheres se empoderem e ocupem lugares de pertencimento e crescimento humano, econômico e social.

Desde que tenho consciência de minha expressão humana, reconheço que somente o conhecimento e a educação nos possibilitam abrir portas e encontrarmos novos horizontes.

Aprender sobre novas perspectivas, novas liberdades e possibilidades é aprender sobre construir e habitar novos mundos, para habitar nosso próprio mundo com o outro. É ter um mundo nosso, no qual pertencemos, coexistimos, construímos muitos outros mundos.

Contribuição para a sociedade

Hoje, enquanto a pessoa com deficiência, escritora, palestrante e professora, levanto a bandeira do “sejamos nós mesmas, singulares, potentes, legítimas e legitimadas”. Tudo sobre nós, conosco!

Busco quebrar os rótulos e atitudes que nos exclusão, mostrando que todos nós somos partes de uma tessitura: a Teia da Vida. Em meus projetos, busco favorecer rupturas de paradigmas e preconceitos, a valorização da solidariedade e o respeito, fazendo da diversidade a força motriz vital para a eliminação de barreiras, bem como a promoção do desenvolvimento de sujeitos e ambientes mais criativos, resilientes, solidários, cooperativos, felizes e fomentadores da autoria de pensamento.

Meu desejo é o de que possamos habitar todos os lugares com nossa presença forte e vibrante, traçando e construindo nossa própria caminhada emancipadora e construtora de uma sociedade equânime, com mais justiça, liberdade e dignidade social. Isso não só para mim, mas para todas as pessoas com deficiência, para que sejamos reconhecidas como singulares e únicas. Que tenhamos reconhecidas nossas singularidades, possibilidades e potencialidades e até mesmo nossas fragilidades. Que possamos ser autênticas e acreditarmos em nós mesmas.

Sobre o autor

Maria Dolores Fortes Alves  é professora doutora em Educação  mestre em Educação, mestre em Psicopedagogia e pedagoga

Você também pode gostar

O que são futuros regenerativos e como trabalhar o conceito no contexto da educação brasileira?

Pátios, canteiros e quintais: que moda é essa?

Educação e seus desafios para uma reestruturação real e necessária para a contemporaneidade

A criança e a leitura

Educação Antirracista

MARCADA: deficiência, empoderamento feminino, inclusão
Maria Dolores 17 de setembro de 2024

Siga-nos

Facebook Curtir
Instagram Follow
Youtube Assine

Últimas Notícias

O que são futuros regenerativos e como trabalhar o conceito no contexto da educação brasileira?
Pátios, canteiros e quintais: que moda é essa?
Educação e seus desafios para uma reestruturação real e necessária para a contemporaneidade
A criança e a leitura
Educação Antirracista

Leia também

Educação

O que são futuros regenerativos e como trabalhar o conceito no contexto da educação brasileira?

Assessoria Assessoria 14 de janeiro de 2025
Educação

Pátios, canteiros e quintais: que moda é essa?

Geraldo Pecanha Geraldo Pecanha 18 de setembro de 2024
Educação

Educação e seus desafios para uma reestruturação real e necessária para a contemporaneidade

Luciana Felipetto Luciana Felipetto 18 de setembro de 2024

SIGA-NOS

Notícias

E-mail para contato
[email protected]
Todos os direitos reservados
Welcome Back!

Sign in to your account

Esqueci minha senha...