Experenciar a prática do mercado de trabalho por meio de estágio é um diferencial importante na trajetória estudantil. Isso porque além de aplicar os conhecimentos teóricos aprendidos na instituição de ensino, o aluno, com a supervisão de um profissional qualificado, começa a conhecer melhor o cotidiano da profissão, tem contato com a dinâmica, as demandas e os desafios do trabalho, podendo se preparar tanto em termo de hard skills quanto soft skills.
Dessa forma, o estágio pode ser visto como um recurso que favorece a formação acadêmica e profissional. De acordo com a Lei nº 11.788/2008, podem concorrer a vagas de estágio os alunos a partir de 16 anos regularmente matriculados em instituições de Ensino Médio, Educação Profissional, Educação Superior, Educação Especial, bem como dos anos finais do Ensino Fundamental na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Apesar de o estágio acrescentar valor ao processo educativo e se apresentar como uma porta de entrada para o mundo do trabalho, nem sempre os estudantes conseguem alcançar uma vaga, e mesmo aqueles que conseguem, nem sempre a oportunidade está adequada com os seus objetivos de carreira.
O levantamento do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que dentre os 9.609.555 alunos de Ensino Médio e Técnico, apenas 214 mil estagiam (2,5%). Já no Ensino Superior, dos 8.987.120 estudantes, apenas 686 mil fazem estágio (7,9%).
MAS A TECNOLOGIA E A CULTURA DE CARREIRAS PODEM AJUDAR A MUDAR ESSE CENÁRIO
A conquista de um emprego na área de formação e a melhoria da condição de vida a partir dos estudos é uma expectativa compartilhada pela grande maioria dos alunos, sendo também um dos pontos de atenção das instituições de ensino. Paralelamente, há muitas empresas abertas para a oferta de estágios, oportunizando o desenvolvimento – e até mesmo a retenção – de talentos.
Como, então, impulsionar a conexão entre esses alunos, instituições de ensino e empresas de um modo mais eficiente e assertivo? Em meio a um mundo cada vez mais tecnológico, uma das possibilidades são as plataformas digitais voltadas para essa finalidade. Esse é o caso da edtech Workalove, que nasceu com o objetivo de revolucionar a forma como o mundo educacional se conecta com o setor produtivo e desenvolve o potencial humano.
Criada em 2017 pela educadora, estrategista de carreira e pesquisadora do futuro do trabalho Fernanda Verdolin, o nome Workalove se contrapõem ao termo inglês workaholic (utilizado para designar pessoas que trabalham excessivamente) e foi escolhido como uma forma de transmitir a ideia de que é possível uma pessoa encontrar qualidade de vida no trabalho, se envolvendo com atividades mais significativas e alinhadas ao seu perfil, resultando em um profissional produtivo e capaz de entregar mais valor a empresa e a sociedade. O conceito usado pela edtech também tem inspiração na palavra japonesa ikigai, termo que pode ser traduzido como “razão de viver” e que também é uma ferramenta utilizada para que as pessoas encontrem significado em sua vida profissional.
O diferencial da Workalove está no fato de que para além da tecnologia, ela atua na orientação e no desenvolvimento de carreiras de modo a gerar uma integração mais consistente entre os agentes envolvidos no processo de obtenção de estágio. Todos se beneficiam com a iniciativa. As instituições de ensino ganham uma ferramenta a mais para combater a evasão escolar, aumentar a captação de alunos e acompanhar a empregabilidade dos estudantes e egressos. As empresas aumentam as chances de preencherem suas vagas de estágios, primeiro emprego e trainee de forma menos burocrática, mais rápida e assertiva. Já os alunos têm a oportunidade de aprimorar os seus conhecimentos e receberem uma bolsa-auxílio para ajudar a pagar o investimento em educação.
COMO FUNCIONA O MODELO DE NEGÓCIOS DA WORKALOVE
A Workalove inicialmente adotou um modelo de negócio baseado em software as a service (SaaS), em que as instituições de ensino pagavam um valor mensal pelo uso dos softwares. O preço variava de acordo com o porte do negócio. Contudo, a edtech logo percebeu que as empresas enfrentavam uma dificuldade significativa no processo de contratação de estagiários e vagas de primeiro emprego, o que a fez reestruturar o seu modelo. Hoje, em parceria com as instituições de ensino, a Workalove oferta também serviços voltados para as corporações. “Identificamos que o processo de contratação de estágios normalmente é lento, feito por agentes de integração que não estão diretamente ligados às instituições de ensino, e que, portanto, demoram no processo e não trazem benefícios diretos para as instituições. A partir disso, nós, em parceria com as instituições educacionais, passamos a ofertar para as empresas serviços que aceleram o processo de contratação e trazem mais assertividade na seleção de talentos”, conta a fundadora e CEO da Workalove, Fernanda Verdolin.
No início de 2024, a edtech estruturou uma central de captação de vagas de estágios e, a cada novo contrato firmado, as instituições de ensino parceiras recebem cashback, o que reduz suas mensalidades. “Com isso, a Workalove traz o dinheiro que ficava só na mão dos agentes de integração para as instituições de ensino parceiras”, explica Verdolin.
Com o objetivo de oferecer um programa completo de desenvolvimento educacional e de carreiras, a Workalove utiliza a tecnologia para proporcionar uma experiência personalizada, gamificada e de fácil usabilidade. Para isso, atua em três frentes estratégicas: a plataforma de empregabilidade, que proporciona a mentoria de carreira; a gestão de estágios obrigatórios e não obrigatórios em conformidade com a legislação; e o acelerador de planos pedagógicos, que são alimentados pelas empresas e as avaliações dos estágios. Desse modo, a edtech realiza todo o trabalho de agente integrador, desde a seleção dos estagiários (com shortlists e indicações), passando pela criação do plano de atividades, Termo de Contrato de Estágio (TCE), contratação de apólice de seguro, acompanhamento do estágio, avaliação e renovação aditivo e/ou encerramento. “Tudo é feito em parceria com a instituição de ensino, o que nos garante mais rapidez e confiança em todo o processo. Qualquer informação que a empresa precisar, ela tem facilidade para se comunicar com o estabelecimento de educação, avaliar o estagiário e ajustar o plano de estágio, se necessário”, conta a educadora.
O banco de dados de estudantes também é construído em parceria com as instituições educacionais que criam estratégias para aumentar o engajamento dos alunos. Além disso, a tecnologia disponibiliza trilhas de aprendizagem e orientação de carreiras, o que possibilita conhecer a fundo os perfis e interesses deles e, assim, fazer o “match” perfeito para as empresas contratarem mais rápido e de forma mais assertiva. “A Workalove também criou uma tecnologia que automatiza os processos de estágios das instituições de ensino, o que facilitou muito os trâmites das documentações, trazendo mais confiança e segurança para as empresas contratantes, que conseguem se comunicar facilmente com as instituições de ensino, e assim, colaborar no processo de formação dos futuros profissionais”, argumenta Verdolin. “Nossa solução gera um feedback do mercado de trabalho para as instituições educacionais em tempo real. Elas conseguem identificar as competências técnicas e comportamentais que precisam ser introduzidas ou mais bem trabalhadas em seus planos pedagógicos e em suas salas de aulas”, completa a CEO.
Para as empresas, o novo serviço da Workalove oferece uma solução integrada que simplifica o processo de contratação de estagiários e jovens profissionais. O cadastro de vagas é gratuito e ilimitado, sendo ainda possível acessar os currículos já com o mapeamento do perfil comportamental, valores, portfólio de projetos e experiência de vida e carreira dos estudantes. Todo o processo de recrutamento e seleção é realizado por meio da edtech e a empresa só começa a pagar quando o estagiário for contratado ou quando a empresa solicitar o uso de recursos avançados para seleção.
RESULTADOS PROMISSORES
O Medicina Pravaler é uma iniciativa pioneira da companhia que visa atender às necessidades únicas das faculdades de Medicina e dos estudantes desse curso tão exigente. Esta vertical não se limita apenas a oferecer financiamento acessível para os futuros profissionais de saúde, assim como busca desenvolver parcerias de longo prazo com as principais instituições de ensino médico do país.
Para entender como funciona na prática, uma faculdade de Medicina que deseja expandir sua capacidade de oferecer vagas e, ao mesmo tempo, garantir que seus alunos tenham acesso a financiamento adequado para custear seus estudos, pode contar com o Pravaler que entra em cena oferecendo um programa específico de crédito educacional para os estudantes dessa instituição, com condições personalizadas e acessíveis.
Dessa forma, o Pravaler não apenas facilita o acesso à educação médica, mas também contribui para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos futuros médicos, preparando-os para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e contribuir para o avanço da saúde no Brasil.
“Devido à grande demanda de novos alunos na graduação, assim como o crescimento do total de buscas na plataforma do Pravaler pelo curso, vimos a oportunidade de inovar criando uma solução diferenciada para as instituições de ensino com foco na captação de estudantes para a formação”, acrescenta Dantas. Outro destaque lembrado pelo COO da empresa é o “Parcela Fácil”, produto que permite às universidades receberem o repasse das mensalidades mesmo em caso de inadimplência do aluno.
PLANOS PARA O FUTURO
A Workalove deseja se tornar a principal plataforma para os estudantes ingressarem no mercado de trabalho e encontrarem o seu lugar de potência. Atualmente a edtech tem parceria com mais de 250 instituições de ensino e já impactou mais de 1,5 milhão de estudantes. Em 2021, ela alcançou o TOP 3 de Educação das 100 Startups to Watch, que classifica as empresas de base tecnológica com maior atratividade no mercado. Em 2022, conquistou o primeiro lugar no Ranking das 100 Open Startups e foi reconhecida com o selo iImpact (desenvolvido pela escola de negócios Fundação Dom Cabral em parceria com a plataforma de hubs de inovação digital Innovation Latam) pelo impacto social que está gerando na América Latina, ficando em primeiro lugar no TOP 3 da ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura. Já em 2023, a Workalove foi comprada pela fintech Pravaler, que viu na edtech a mesma sinergia da companhia, que é transformar vidas por meio da educação.
A expectativa da Workalove para os próximos anos é conseguir aumentar o índice de empregabilidade dos estudantes e egressos das instituições parceiras. Verdolin conta que a edtech está liderando um movimento para elevar as estatísticas sobre estágios, dobrando o número de estagiários no Ensino Médio e Técnico e chegando a mais de 10% de estágios em relação ao número de matriculados no Ensino Superior. “Para isso acontecer, precisamos ajudar as instituições de ensino a serem mais ágeis na liberação dos contratos de estágios e a fazer melhorias em seus planos pedagógicos para serem mais aderentes à nova dinâmica do mundo do trabalho. Precisamos também ajudar as empresas a aumentar as vagas de estágios, encontrando os estudantes mais alinhados aos seus valores e de modo mais rápido”, defende a educadora, ainda acrescentando: “Acreditamos que juntos, Workalove e instituições de ensino (que realmente se preocupam com a empregabilidade dos seus egressos), vamos conseguir mudar essa realidade e atingir esse objetivo”, finaliza.